sábado, 15 de outubro de 2011

TRANSE SÃO

É tempo de metamorfose, instante de superação.
Hora de não mais dançar conforme a música.
Ousar águas novas, formas novas de ser e fazer.

Em determinadas lascas de tempo nossa vida(Tão fugaz) muda;
Mudam valores, conceitos. A essência não!(Note-se aqui que SER BOM é essência)

Esses fragmentos da vida transe são, transição, metanoia.
Sem tais moléculas de vida seríamos os mesmos. Ontem, hoje, por toda a eternidade.


E triste daquele que tentar nos fazer bitolados em nós mesmos, conformados com o nosso 'eu' de hoje e conformistas(Propagadores dessa falsa religião, o conformismo).

Ousemos nos doar mais, ser menos egoístas e mais coletivos.
Ouçamos duas vezes antes de julgar.(Como sofri com os que me julgaram)
Derramemos as lágrimas necessárias. Nada mais!
Vivamos o amor! O amor-doação. Amor verdadeiro.

E se me perguntar quem sou no momento, direi que sou menos do que serei daqui a pouco e bem mais do que fui há um segundo.
Transição meu caro amigo! Transição!

Jefferson Privino



terça-feira, 23 de agosto de 2011

Belo breve berro



Ele era belo. O Tempo seu inimigo.
Era etéreo, o ser instante sua essência.
Ele era silêncio, seu contra-ponto era um berro.




Veio o tempo e levou sua beleza embora.



Veio o instante constantemente fazendo sua vida mais breve.


Também o silêncio foi rasgado pelo berro da morte.



Mais um Narciso que se foi.
Assim é a vida: Somente um Belo Breve Berro.


terça-feira, 2 de agosto de 2011

Saudosismo II


Conversamos noite a dentro sobre nós dois.
Ela lembrou de alguns momentos. Lembrei-me de outros.
Falei: "Lembra dessa música que você me mostrou? (We're in heaven)
NUNCA mais esqueci."

Ficamos conversando sobre o passado.
Ela me dizia sentir saudades,muita saudade. Eu dizia o mesmo.
E ficávamos naquela, como se um quisesse dizer alguma coisa para o outro,
Mas como a barreira do tempo e de nossas realidades presentes não deixassem,
Calamo-nos. Foi melhor...Quem sabe.


Indaguei se ela ainda guardava alguma de minhas poesias.
Ela disse: 'Jeff, eu guardo todas as suas cartas. Todas.'
Enterneci-me e fiquei lisonjeado.
Ainda ouvindo aquela maldita música (We're in heaven),
Comecei a lembrar de muitos momentos bons ao lado dela.
Das nossas conversas,dos risos,das discussões também.
Fui pra bem longe nos meus pensamentos.

Vi-me ao lado dela naquela sala,abraçando ou apenas olhando-a como se ela fosse uma deusa.
Inatingível, não alcançável. Alheia a minha história.
Sabia que minha vida jamais tangenciaria a sua.
Abruptamente, percebi minhas lembranças escorrerem pelos olhos.
Parei tão logo percebi.
Não podia mais chorar. Não depois de QUATRO ANOS.
Até mesmo porque nada havia acontecido.



MALDITO SAUDOSISMO esse meu.
Pobre coração o dos saudosistas. Vive de quimeras, daquilo que houve, do que foi e principalmente: Daquilo que poderia ter sido.








*Conversa(01/8/11) romanceada

Jefferson Privino

domingo, 5 de junho de 2011

SAUDADE DO VIOLÃO

Meu violão tem uma simbologia muito forte pra mim.
Na época eu tinha menos responsabilidades.
(Será que é crime não querer responsabilidades de vez em quando?)
Fingia que sabia tocar.

Com ele passei muitos momentos matando meu tempo, fazendo nada.
Brincando de cifrar minha vida.
Contando pra ninguém das minhas decepções e das minhas paixões.
Virei seresteiro das paredes naquela época.

Meu violão tá ali no quarto. Já velhinho. Mas me recordo de muita coisa quando o pego.
Ele é um companheiro e tanto.
E qual o seu violão?
O que te faz voltar ao passado?Lembrar de um tempo bom?

É o Chaves, o Pirocóptero, carrinho de mão ou o Kichute?
Será o jogo de homem pega mulher, a boneca da Barbie ou o boneco dos Power Rangers?
Quem sabe sejam as balas Soft ou os biscoitos palhacitos.
Lembra daquele horário da Escolinha do Professor Raimundo?
Saudade né?

E o que te fazia feliz?
Teu DISQUETE? Assistir CAVALO DE FOGO? URSINHOS CARINHOSOS? Quem sabe"He-man".

E Denis, O pimentinha? Quando dava a hora de Doug Funny eu corria pra ver.
Animaniacs então...
Alguém aí lembra de Capitão planeta ou Caverna do Dragão?

Um Violão, um desenho ou algum brinquedo.
Eles nos levam a instantes ímpares em nossa vida.
Nos remetem à alguma pureza, nos fazem lembrar de bons momentos
E muitas vezes nos ajudam a ter um reencontro conosco mesmos.
A retomar a posse daquilo que somos.
Tomar posse do passado pra viver o presente.

sábado, 21 de maio de 2011

Saudosismo I

Eita Saudade de tomar de banho de chuva.
Ficar embaixo da 'biqueira', fazendo tudo, fazendo nada.
De manhã, de madrugada, com a simplicidade do poeta.
Criança não quer saber de câmbio, inflação ou superávit.
Criança quer o pirulito e cabou-se. Quer jogar de bola na rua e ponto final.
Quer e mais nada. Mais nada. Num querer acanhado, livre, sorridente,
vazio de responsabilidades, um querer que é só um querer.

Já falava o poeta: "Simplicidade é querer uma coisa só".
A criança sabe muito bem o que é isso.

Que tempos bons aqueles onde se jogava bila até bem tarde.
'Homem-pega-mulher', 'Carimba' e '7 pecados'.
A hora de entrar era boa não.
"Mãiêêê, só mais um poquinho, só mais um pouquinho"- Pedíamos quase chorando.
"Mais um pouquinho? Você já ta dizendo isso faz meia-hora.Bora, pode entrar Seu Fulano. Pode entrar Dona Beltrana" - Berravam nossas mães. Muitas vezes em frente aos nossos amigos.( Acaso os pais não sabem que isso não se faz?)
Aí a festa se acabava. Mas no outro dia tinha mais. Sem preocupações. Aliás, o pesadelo talvez fosse ter que estudar, ir ao colégio.
O que é pesadelo pra nós hoje?
Éramos felizes. Desconhecíamos essa nossa condição.
Eita saudade. Eita saudade.

domingo, 8 de maio de 2011

CARTA DE ADEUS

Perdão se feri...feriram-me. Não justifica, mas explica...
Logo estarei pegando o trem que já avisto nessa plataforma que é a vida.
"Vou-me embora para Parságada. Lá sou amigo do rei"
Farei valer o dito popular: "Só damos valor a algo quando perdemos"

É amigos, Vou-me embora para Parságada porque
"Aqui eu não sou feliz. Lá a existência é uma aventura"
Amigos?
Adeus. a Deus entrego.

Vou-me. Aliás já fui...há muito. Doravante A minha carcaça então irá, visto que minhalma já foi. Já se foi. Já se vai, escoando pelo ralo do tempo e dos traumas e da vida.

terça-feira, 5 de abril de 2011

ESPELHO

Rente ao espelho, monstro, energúmeno,

traiçoeiro quebrou as cláusulas de nosso contrato

onde ficou-se acertado: Eu jamais o quebraria

e Ele jamais revelaria a mim minha verdadeira face.

Rosto mísero, mesquinho, produto das minhas pegadas maquiladas

Bruto e lapidado pela soma dos mais belos sentimentos e vontades juntos à mais horrendas mesquinharias,egoísmos e judaiscariotices da humanidade.

Escória da sociedade essa minha máscara, resumo do que vivo e televivo, soma das partes daquilo que me fazem e daquilo que deixam de me fazer.

Assim me fazem

Tão valorizado quanto Um cômodo,incômodo, incomodo.

Incomodo à medida que quebro minhas máscaras e quebro a de outros tantos ao meu redor.

Série americana engendrada na fábrica de nossas ignomínias, não sin ceras, rostos pré-cozidos, insosos, máscaras nossas de cada-dia. Assim somos,ou melhor não somos.

Parto, nasce.

Me parto e renasço.

Quebro o Espelho, inquietante, Senhor da verdade. Mas ,qual verdade?

Ao menos mostrou-me o que fazer, aquilo que não quero mais ser.

Persuadiu-me a eliminar minhas quimeras, hidras e a mim mesmo.

Face ao espelho morro e renasço não mais escravo das minhas ilusões e do meu senso.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

CRIA A DOR

A gente é tão confuso, confunde até confusão
Tem dia que parece noite e a gente esquece que tem coração
A gente não tem paciência e fala tanto o que não deve
Fala o que sente, o que não sente, acaba deixando as coisas mais breves

Criadores somos nós, cria dores nos outros,
criadores de nós, criamos dores na gente mesmo
Criamos e destruímos.
Creiamos que podemos ser metade e meia do que somos agora.

Creiamos, cresçamos, sejamos bem maiores que nossas indecisões,
maiores que nossas discrepâncias, nossos contrários.
Alimentemos o lobo bom.
Deixemos de ser cria dores e sejamos criamores, criadores.

terça-feira, 29 de março de 2011

Homenagem

Saudade!!!!
À medida que o tempo passa essa palavra ganha mais significado.
Às vezes dou uma passada em 2007, congelo o tempo e fico olhando você ali na sala do Liceu.

Deixo o tempo correr e fico escutando a sua conversa com a Leu, os risos com a Diana.
Vou ao momento da nossa conversa no intervalo. Sentados em frente à sala,conversamos." Caminhos diferentes Jeff"
"Estar num mesmo caminho.." Frases soltas.Vagas lembranças eu tenho.

Faço o tempo andar mais um pouco e lembro da gente indo à pé pra casa.
Conversas longas. Poesias. Silêncio. Risos. Mas as palavras nunca chegavam sequer a minha garganta.
Via o ano acabando e We're in Heaven jamais saiu da minha cabeça.

Congelo o tempo mais uma vez. Fim de ano.
E eu sabia que talvez não nos avistaríamos mais.

Você na Suíça,eu em Fortaleza.
Mas a amizade aprendeu a nadar faz tempo e ela ultrapassa os mares.
Continuas em mim, insisto em continuar contigo.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Tia Zefa

Lembro da senhora, sentada na beira da calçada.
Do seu riso, seu sorriso, tão simples,tão profundo, marcante.
Ah tia Zefa, como queria rever a senhora.
Mas ao interior nunca mais fui.
Há anos não piso lá.
E agora a senhora partiu.
Deus sempre esteve com você e agora foi sua vez de ir com Ele.
Saudade de te ouvir perguntar: 'Cê tá bem meu fi? Graças a Deus.
E cumpade Miguê?'
Vontade de ouvir você dizer de novo: 'Entra meu fi. A casa é nossa.'
Vai com Deus tia Zefa!
Seu rosto e sua presença ficam com a gente!

quarta-feira, 2 de março de 2011

MARIA DAS DORES

Ela era força, era garra, coragem pura.
Heroína, guerreira do cotidiano.
Guria nas ruas, pequena enorme mulher.
Mulher nas ruas, mulher em casa.


Heroína!
Repito: HE-RO-Í-NA!
Ela não fazia parte da "nave BBB" ou tinha nome artístico.
Não era pêra, maçã ou melancia.
Não era "fruta", não era heroína à la BBB.

A sociedade não se importava com a sua história.
De onde veio,pra onde iria ou o que já sofreu os transeuntes não queriam saber.
Não se importavam.

Se importam com o fulano que "ficou" com a fulana na bendita, amada casa, nave de heróis.
Mas não dão a mínima para aquela mulher que elês nem vêem.
Portanto, como olhar o que não se vê.

Era a força do povo correndo nas veias de uma mulher.
Era a luta do mais simples representada no rosto dela.
Ela era catadora de papelão. Mãe de cinco filhos.
Maria das flores, flores que nunca viu.
Das dores, constantes no dia-a-dia.
Das dores, fosse de fome, fosse, fosse, ela foi-se.

Maria das dores, dores não mais terá.
Faleceu.
"Bala de polícia moço. Vi 'tudim'. A coitada roubou os pão pra dá pros filho. Me diga:
Ela era culpada por querer comer moço?"

Flores pra Das dores. Direito a epitáfio não teve.

Vida breve

Começo a escrever...
Espero...
Espero...
Espero...
Nada vem.
Passou.
Cabou o texto aqui,ponto final.

Quando percebemos já passou.
Assim é a vida.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

SAUDADE em poucas linhas

Saudade,bicho estranho.
Que dá antes do tempo,nasce de 5 meses,ou de uma semana,prematuro.
Coisa estranha que emerge da alma.
Sentimento de falta,falta de algo,falta do outro perto,falta do outro em nós.
Com a saudade o tempo parece chuvoso,as coisas meio difusas,a visão turva.

Mas tempo de saudade é tempo de novas forças também,porque ela nos ensina a dar valor ao que temos,a tomarmos "posse" daquilo que somos e sentimos.Ensina que melhor que querer o que não temos é querer o que temos.

Ê Saudade!Vem logo.Traz novas águas pra essa ribanceira e com elas
Traz de volta o barco no qual foi o meu amor.