sábado, 21 de maio de 2011

Saudosismo I

Eita Saudade de tomar de banho de chuva.
Ficar embaixo da 'biqueira', fazendo tudo, fazendo nada.
De manhã, de madrugada, com a simplicidade do poeta.
Criança não quer saber de câmbio, inflação ou superávit.
Criança quer o pirulito e cabou-se. Quer jogar de bola na rua e ponto final.
Quer e mais nada. Mais nada. Num querer acanhado, livre, sorridente,
vazio de responsabilidades, um querer que é só um querer.

Já falava o poeta: "Simplicidade é querer uma coisa só".
A criança sabe muito bem o que é isso.

Que tempos bons aqueles onde se jogava bila até bem tarde.
'Homem-pega-mulher', 'Carimba' e '7 pecados'.
A hora de entrar era boa não.
"Mãiêêê, só mais um poquinho, só mais um pouquinho"- Pedíamos quase chorando.
"Mais um pouquinho? Você já ta dizendo isso faz meia-hora.Bora, pode entrar Seu Fulano. Pode entrar Dona Beltrana" - Berravam nossas mães. Muitas vezes em frente aos nossos amigos.( Acaso os pais não sabem que isso não se faz?)
Aí a festa se acabava. Mas no outro dia tinha mais. Sem preocupações. Aliás, o pesadelo talvez fosse ter que estudar, ir ao colégio.
O que é pesadelo pra nós hoje?
Éramos felizes. Desconhecíamos essa nossa condição.
Eita saudade. Eita saudade.

domingo, 8 de maio de 2011

CARTA DE ADEUS

Perdão se feri...feriram-me. Não justifica, mas explica...
Logo estarei pegando o trem que já avisto nessa plataforma que é a vida.
"Vou-me embora para Parságada. Lá sou amigo do rei"
Farei valer o dito popular: "Só damos valor a algo quando perdemos"

É amigos, Vou-me embora para Parságada porque
"Aqui eu não sou feliz. Lá a existência é uma aventura"
Amigos?
Adeus. a Deus entrego.

Vou-me. Aliás já fui...há muito. Doravante A minha carcaça então irá, visto que minhalma já foi. Já se foi. Já se vai, escoando pelo ralo do tempo e dos traumas e da vida.