terça-feira, 5 de abril de 2011

ESPELHO

Rente ao espelho, monstro, energúmeno,

traiçoeiro quebrou as cláusulas de nosso contrato

onde ficou-se acertado: Eu jamais o quebraria

e Ele jamais revelaria a mim minha verdadeira face.

Rosto mísero, mesquinho, produto das minhas pegadas maquiladas

Bruto e lapidado pela soma dos mais belos sentimentos e vontades juntos à mais horrendas mesquinharias,egoísmos e judaiscariotices da humanidade.

Escória da sociedade essa minha máscara, resumo do que vivo e televivo, soma das partes daquilo que me fazem e daquilo que deixam de me fazer.

Assim me fazem

Tão valorizado quanto Um cômodo,incômodo, incomodo.

Incomodo à medida que quebro minhas máscaras e quebro a de outros tantos ao meu redor.

Série americana engendrada na fábrica de nossas ignomínias, não sin ceras, rostos pré-cozidos, insosos, máscaras nossas de cada-dia. Assim somos,ou melhor não somos.

Parto, nasce.

Me parto e renasço.

Quebro o Espelho, inquietante, Senhor da verdade. Mas ,qual verdade?

Ao menos mostrou-me o que fazer, aquilo que não quero mais ser.

Persuadiu-me a eliminar minhas quimeras, hidras e a mim mesmo.

Face ao espelho morro e renasço não mais escravo das minhas ilusões e do meu senso.

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