terça-feira, 29 de março de 2011

Homenagem

Saudade!!!!
À medida que o tempo passa essa palavra ganha mais significado.
Às vezes dou uma passada em 2007, congelo o tempo e fico olhando você ali na sala do Liceu.

Deixo o tempo correr e fico escutando a sua conversa com a Leu, os risos com a Diana.
Vou ao momento da nossa conversa no intervalo. Sentados em frente à sala,conversamos." Caminhos diferentes Jeff"
"Estar num mesmo caminho.." Frases soltas.Vagas lembranças eu tenho.

Faço o tempo andar mais um pouco e lembro da gente indo à pé pra casa.
Conversas longas. Poesias. Silêncio. Risos. Mas as palavras nunca chegavam sequer a minha garganta.
Via o ano acabando e We're in Heaven jamais saiu da minha cabeça.

Congelo o tempo mais uma vez. Fim de ano.
E eu sabia que talvez não nos avistaríamos mais.

Você na Suíça,eu em Fortaleza.
Mas a amizade aprendeu a nadar faz tempo e ela ultrapassa os mares.
Continuas em mim, insisto em continuar contigo.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Tia Zefa

Lembro da senhora, sentada na beira da calçada.
Do seu riso, seu sorriso, tão simples,tão profundo, marcante.
Ah tia Zefa, como queria rever a senhora.
Mas ao interior nunca mais fui.
Há anos não piso lá.
E agora a senhora partiu.
Deus sempre esteve com você e agora foi sua vez de ir com Ele.
Saudade de te ouvir perguntar: 'Cê tá bem meu fi? Graças a Deus.
E cumpade Miguê?'
Vontade de ouvir você dizer de novo: 'Entra meu fi. A casa é nossa.'
Vai com Deus tia Zefa!
Seu rosto e sua presença ficam com a gente!

quarta-feira, 2 de março de 2011

MARIA DAS DORES

Ela era força, era garra, coragem pura.
Heroína, guerreira do cotidiano.
Guria nas ruas, pequena enorme mulher.
Mulher nas ruas, mulher em casa.


Heroína!
Repito: HE-RO-Í-NA!
Ela não fazia parte da "nave BBB" ou tinha nome artístico.
Não era pêra, maçã ou melancia.
Não era "fruta", não era heroína à la BBB.

A sociedade não se importava com a sua história.
De onde veio,pra onde iria ou o que já sofreu os transeuntes não queriam saber.
Não se importavam.

Se importam com o fulano que "ficou" com a fulana na bendita, amada casa, nave de heróis.
Mas não dão a mínima para aquela mulher que elês nem vêem.
Portanto, como olhar o que não se vê.

Era a força do povo correndo nas veias de uma mulher.
Era a luta do mais simples representada no rosto dela.
Ela era catadora de papelão. Mãe de cinco filhos.
Maria das flores, flores que nunca viu.
Das dores, constantes no dia-a-dia.
Das dores, fosse de fome, fosse, fosse, ela foi-se.

Maria das dores, dores não mais terá.
Faleceu.
"Bala de polícia moço. Vi 'tudim'. A coitada roubou os pão pra dá pros filho. Me diga:
Ela era culpada por querer comer moço?"

Flores pra Das dores. Direito a epitáfio não teve.

Vida breve

Começo a escrever...
Espero...
Espero...
Espero...
Nada vem.
Passou.
Cabou o texto aqui,ponto final.

Quando percebemos já passou.
Assim é a vida.