Rente ao espelho, monstro, energúmeno,
traiçoeiro quebrou as cláusulas de nosso contrato
onde ficou-se acertado: Eu jamais o quebraria
e Ele jamais revelaria a mim minha verdadeira face.
Rosto mísero, mesquinho, produto das minhas pegadas maquiladas
Bruto e lapidado pela soma dos mais belos sentimentos e vontades juntos à mais horrendas mesquinharias,egoísmos e judaiscariotices da humanidade.
Escória da sociedade essa minha máscara, resumo do que vivo e televivo, soma das partes daquilo que me fazem e daquilo que deixam de me fazer.
Assim me fazem
Tão valorizado quanto Um cômodo,incômodo, incomodo.
Incomodo à medida que quebro minhas máscaras e quebro a de outros tantos ao meu redor.
Série americana engendrada na fábrica de nossas ignomínias, não sin ceras, rostos pré-cozidos, insosos, máscaras nossas de cada-dia. Assim somos,ou melhor não somos.
Parto, nasce.
Me parto e renasço.
Quebro o Espelho, inquietante, Senhor da verdade. Mas ,qual verdade?
Ao menos mostrou-me o que fazer, aquilo que não quero mais ser.
Persuadiu-me a eliminar minhas quimeras, hidras e a mim mesmo.
Face ao espelho morro e renasço não mais escravo das minhas ilusões e do meu senso.